Por Lucas Longo
Você tem uma grande ideia para um aplicativo para iPhone!? Quer colocá-lo no App Store e faturar milhões? E está se perguntando: “por onde começo? Como funciona este processo com a Apple? O primeiro passo, seja você um programador ou uma empresa que deseja ter sua própria marca na App Store, é aderir ao iOS Developer Program, que custa US$ 99 por ano. A ficha de inscrição está em http://developer.apple.com/programs/start/standard.
Com essa adesão, você pode submeter quantos aplicativos desejar à App Store, testá-los diretamente em seu iPhone/iPod Touch/iPad e distribuí-los por email para 100 aparelhos de teste (AdHoc). Além desses benefícios, você também tem acesso aos fóruns exclusivos, software previews, versões beta do sistema operacional e pode obter suporte diretamente da Apple.
Mas se você não quiser pagar agora, é possível baixar o iPhone SDK, que vem com o Xcode, Interface Builder, iPhone Simulator e uma série de outras ferramentas para desenvolvedores. Tudo gratuito – basta criar um Apple ID e acessar o site. Esse ID pode ser o mesmo que você já usa no iTunes, Apple Online Store ou MobileMe.
O processo de cadastro não é completamente online para brasileiros e pode demorar até duas semanas para você receber uma resposta da Apple.
É necessário enviar uma cópia digital de seu cartão de crédito e documentos que comprovem sua identidade via… fax! Acredite ou não! Para pessoa física, é necessário enviar RG, CPF e comprovante de residência. E para pessoa jurídica, contrato social da empresa e do responsável por ela.
A diferença entre a conta de pessoa física e jurídica é que esta última permite criar vários certificados de desenvolvimento para toda a sua equipe. A da pessoa física oferece certificado para somente um usuário.
Existe um terceiro tipo de conta para empresas que desejam distribuir seus aplicativos internamente, sem serem publicados na App Store, chamado Enterprise Distribution (http://developer.apple.com/programs/ios/enterprise/). A empresa deve ter mais de 500 funcionários e possuir um número Dun & Bradstreet, que “certifica”, basicamente, que a companhia é idônea e tem crédito na praça. Por meio de um software chamado iPhone Configuration Utility, a empresa pode configurar os iPhones de seus funcionários com Microsoft Exchange Active Sync, VPN, segurança de rede, email, LDAP, CalDAV entre outros. Tudo isso via rede – Wi-Fi ou mesmo 3G. Uma solução bastante interessante para grandes empresas.
Estou pronto… ou não?
Muito bem. Agora você já tem a sua conta, baixou o iPhone SDK e aprendeu a programar para o iOS (quanto a isso, vamos ver como em próximas edições). Chegou a parte de submeter sua criação à App Store. Além do aplicativo em si, você deve enviar para a Apple o ícone do programa, algumas telas, a descrição de suas funcionalidades, categoria, países para os quais você permite que o aplicativo seja vendido e a que preço ele será vendido (de US$ 0 a US$ 999, em incrementos de US$ 0,99). O preço pode ser alterado quando você quiser.
Essas configurações são feitas por meio do iTunes Connect (https://itunesconnect.apple.com). Trata-se do portal em que você administra seus aplicativos, pega os relatórios de venda fornecidos pela Apple mensalmente, verifica os contratos de impostos, informações bancárias para receber os pagamentos, bem como administra compras dentro de seu aplicativo e códigos promocionais.
A seção mais importante (e que gera mais confusão) é a das informações bancárias. A primeira informação é o código COMPE. O próprio site da Apple o auxilia na tarefa de encontrar essa informação a partir do nome do banco, cidade e endereço exato de sua agência. Os pagamentos são feitos diretamente em sua conta bancária 45 dias após o fechamento do mês. No entanto, se o seu aplicativo não faturar mais que um mínimo (não divulgado pela Apple), ela segura a transferência até o aplicativo alcançar esse valor. É válido ressaltar que a Apple retém 30% do valor de venda do aplicativo. Você é responsável por pagar os impostos brasileiros.
Finalmente, vamos falar de como montar uma equipe de desenvolvedores. O perfil ideal é, obviamente, alguém que já conheça a plataforma e já publicou algum aplicativo no App Store. Como essa mão de obra especializada ainda é um pouco rara aqui no Brasil, o perfil do candidato deve ser de alguém formado em Ciência da Computação com boas noções em C/C++ e Orientação a Objeto. Os salários serão compatíveis com os de um programador pleno ou sênior. Vale salientar que desenvolver aplicativos para iPhone não é fácil nem trivial – mesmo aplicativos que o cliente incansavelmente diga que são simples exigem planejamento e conhecimento técnico muito superior ao exigido para programas web ou Flash por exemplo. Às vezes o barato sai caro.
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